Segundo a Academia Americana de Dor Orofacial, a disfunção temporomandibular (DTM) é definida como um conjunto de distúrbios que envolvem os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas.
SINTOMAS
Dores na face, ATM e/ou músculos mastigatórios, dores na cabeça e na orelha, travamento com a boca aberta e/ou fechada. Outros sintomas relatados pelos pacientes são as manifestações otológicas como zumbido, plenitude auricular e vertigem.
SINAIS
Sensibilidade muscular e da ATM à palpação, limitação e/ou incoordenação de movimentos mandibulares e ruídos articulares.
ETIOLOGIA
A tentativa de isolar uma causa nítida e universal da DTM não tem sido bem-sucedida. Estudos recentes concluem que a DTM tem origem multifatorial.
Faz parte de uma anamnese completa a identificação de fatores predisponentes (que aumentam o risco da DTM), fatores iniciadores (que causam a instalação das DTMs) e fatores perpetuantes (que interferem no controle da patologia). Dentre esses fatores citaremos aqueles que supostamente são mais relevantes.
Trauma
• Trauma direto ou macrotrauma.
• Trauma indireto: representado por lesões do tipo chicote.
• Microtrauma: provocado por traumas de pequena monta, realizados de maneira repetitiva, como hábitos parafuncionais (bruxismo, apertamento dentário, etc).
Fatores psicossociais
• Ansiedade, depressão, etc.
Fatores fisiopatológicos
• Fatores sistêmicos: doenças degenerativas, endócrinas, infecciosas, metabólicas, neoplásicas, neurológicas, vasculares e reumatológicas.
• Fatores locais: alteração na viscosidade do líquido sinovial, aumento da pressão intra-articular, estresse oxidativo, deslocamento do disco articular, etc.
Fatores genéticos: presença de haplótipos associados à sensibilidade dolorosa.
DESLOCAMENTO DO DISCO ARTICULAR
A desordem mais comumente associada a disfunção temporomandibular é o deslocamento do disco articular. Para alguns essa condição pode estar presente sem causar sintomas ou interferir com a função articular a curto prazo. Para outros, pode causar uma completa debilidade.
Uma vez que o disco articular esteja deslocado, o côndilo também estará fora de sua posição e isso resultará em carga anormal aos tecidos dentro e ao redor da ATM.
Articulação temporomandibular saudável
https://www.youtube.com/watch?v=2rkfRWWuWVs
Deslocamento com redução - https://www.youtube.com/watch?v=9h2CXfUjuvA
Deslocamento sem redução: https://www.youtube.com/watch?v=tNfNzjWA_HU
Ressonância Nuclear Magnética
Um dos melhores meios de diagnóstico de desordens da ATM é a ressonância nuclear magnética (RNM) porque permite uma avaliação da posição, morfologia e mobilidade do disco, extensão das alterações degenerativas articulares, presença de inflamação do tecido conjuntivo e doenças auto-imunes. Pode ajudar no diagnóstico de distúrbios da ATM na articulação silenciosa em que o deslocamento do disco e alterações degenerativas podem estar presentes, mas sem estalidos, desconforto ou dor.
DTM X Oclusão dentária - É consenso entre pesquisadores e clínicos especializados em dor orofacial que a oclusão dentária não mais pode ser considerada fator primário na etiologia da DTM. Alguns fatores de relacionamento oclusal são citados como predisponentes das DTM, entretanto, estudos demonstram que a correção desses fatores em indivíduos sintomáticos tem pouca e eficácia no controle da DTM.
TRATAMENTO
Assim como em muitas doenças, um entendimento do curso natural da disfunção é necessário para guiar o tratamento. A seriedade dos sintomas pode variar grandemente e a patologia tende a ser progressiva e pode resultar na perda do osso condilar e, conseqüentemente, no desenvolvimento de uma deformidade facial. Assim sendo, a severidade dos sintomas e a progressão natural da doença, devem ser considerados. Os esforços para o tratamento são direcionados para:
1) Redução da dor;
2) Melhora da disfunção;
3) Diminuição da progressão da disfunção.
Um objetivo secundário de qualquer terapia, deve ser a redução da interferência do disco, por causa do seu efeito adverso na dor e possível papel no desenvolvimento da deformação do côndilo no estágio avançado da DTM.
Tratamento não cirúrgico
O tratamento não cirúrgico deve ser considerado para todos os pacientes sintomáticos com DTM. Para dores e disfunções leves ou moderadas, esse tratamento isolado pode ser suficiente. Pacientes com dores e disfunções severas podem também receber um tratamento não cirúrgico, mas caso a redução adequada dos sintomas não ocorra em um prazo de 2 a 3 semanas, uma intervenção cirúrgica poderá estar indicada.
• Modificação da dieta
• Agentes Farmacológicos
• Dispositivos maxilomandibulares (esplintes oclusais, órteses, protetores noturnos, protetores de mordida)
• Fisioterapia
• Injeções
• Modificação comportamental
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico para o desarranjo interno crônico e/ou osteoartrose da ATM tem uma dupla vantagem que é sua efetividade e a rápida resposta no que diz respeito à dor e função.
DTM X Cirurgia ortognática - Contrariamente à crença popular, a cirurgia ortognática para corrigir uma má oclusão e/ou deformidade dentofacial não vai "consertar" ou eliminar uma patologia existente na articulação.
Existem muitos distúrbios que podem afetar a ATM negativamente. As condições mais comuns incluem:
1. Deslocamento do disco articular;
2. Hipermobilidade/luxação mandibular
3. Artrite reativa;
4. Reabsorção condilar interna do adolescente;
5. Hiperplasia condilar;
6. Osteocondroma ou osteoma;
7. Fase terminal da patologia da ATM (Fig. abaixo)
Estas condições são frequentemente associadas com deformidades dentofaciais, má oclusão, dor na ATM, dores de cabeça, dor miofascial, comprometimento funcional articular e da mandíbula, sintomas no ouvido, apnéia do sono, etc. Estes pacientes se beneficiam de uma intervenção cirúrgica corretiva.
MODALIDADES DE TRATAMENTO CIRÚRGICO:
Artrocentese
Artroscopia
Redução e fixação de fratura condilar
Discopexia - reposicionamento do disco articular
Prótese de ATM
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